O juiz Ricardo Cyfer, da 10ª vara cível do Rio de Janeiro, deu 48 horas para a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) explicar os motivos de a seleção brasileira de futebol masculino não usar o número 24 entre os convocados para a Copa América. Os demais nove selecionados do torneio, disputado no Brasil, utilizam o número. O magistrado estipulou multa diária de R$ 800 em caso de descumprimento.
A liminar, concedida na última terça-feira, foi pedida pelo Grupo Arco-Íris de Cidadania LGBT, por meio do advogado Carlos Nicodemos. A ação faz cinco questionamentos à CBF:A não inclusão do número 24 no uniforme oficial nas competições constitui uma política deliberada da interpelada? Em caso negativo, qual o motivo da não inclusão do número 24 no uniforme oficial da interpelada? Qual o departamento dentro da interpelada que é responsável pela deliberação dos números no uniforme oficial da seleção? Quais as pessoas e funcionários da interpelada que integram este departamento que delibera sobre a definição de números no uniforme oficial? Existe alguma orientação da Fifa ou da Conmebol sobre o registro de jogadores com o número 24 na camisa?
Carlos Nicodemos observa que a CBF “tem papel preponderante neste debate.” Cita também que recentemente o Superior Tribunal de Justiça Desportiva passou a punir clubes com cantos homofóbicos de torcidas nos estádios. “É dela a responsabilidade de mudar esta cultura dentro do futebol. Quando a CBF se exime de participar, a torcida entende que é permitido, que é aceitável, e o posicionamento faz com que, aos poucos, esta cultura mude.” A CBF não se manifestou nem quando a ação foi ingressada e nem ao site Uol, que fez reportagem sobre a ausência do 24 entre os convocados da Copa América.
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