sexta-feira, 22 de junho de 2018

MÃE SABIA QUE PASTOR QUERIA USAR A MORTE DOS FILHOS PARA PROMOVER IGREJA, DIZ JUIZ

A decisão judicial que determinou a prisão da pastora Juliana Sales,diz que ela sabia dos “supostos abusos sexuais” sofridos pelos filhos, Kauã e Joaquim, que morreram carbonizados em um incêndio em Linhares, e que ela e o marido, o pastor Georgeval Alves, tinham planos de usar a morte dos filhos como forma de ganhar notoriedade e ascensão religiosa.


A defesa de Juliana informou que ainda não vai se manifestar porque não teve acesso a essas informações.
A ordem de prender a pastora partiu do juiz André Dadalto, da 1ª Vara Criminal de Linhares. De acordo com a decisão, Juliana sabia dos desvios de caráter do marido, e mesmo assim apoiava os planos dele de se promover na igreja.
Para o Ministério Público, assassinar os próprios filhos estava nos planos do casal. Seria uma tragédia a ser usada pelo pastor para se promover na igreja.
“O PASTOR GEORGE, EM PARCERIA COM A PASTORA JULIANA, BUSCAVA UMA ASCENSÃO RELIGIOSA E AUMENTO EXPRESSIVO DE ARRECADAÇÃO DE VALORES POR FIÉIS E, PARA ESTA FINALIDADE, CEIFOU A VIDA DOS MENORES KAUÃ E JOAQUIM PARA SE UTILIZAR DA TRAGÉDIA EM SEU FAVOR”, DIZ A DECISÃO.
Juliana também estava ciente sobre as diferenças de tratamento que George dava para os filhos e o enteado. A decisão diz que George deixava faltar alimento, medicamento e atendimento médico para as crianças.

Troca de mensagens

Para o juiz, Juliana também tinha ciência do comportamento sexual incompatível com a pregação do marido. Em uma troca de mensagens pelo celular, a pastora dizia ter ‘nojo’ e o pastor dizia se sentir ‘imundo’ e um ‘lixo’ por seus comportamentos.
Já em uma mensagem que enviou para a mãe, a pastora afirma que dormiu bem após a morte das crianças. Em outra troca de mensagens com o pastor George, Juliana diz: “eu não estou preparada para dar errado”.
E em uma conversa com outros pastores, ela afirma: “não sei se vou conseguir ser forte até o final”.
Pastor George Alves é indiciado pela morte de irmãos Joaquim e Kauã, em Linhares (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)
Pastor George Alves é indiciado pela morte de irmãos Joaquim e Kauã, em Linhares (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)

Irmãos relataram abusos

De acordo com a decisão, os irmãos Kauã e Joaquim já haviam relatado, na escola, os abusos sexuais que sofreram.
Em certas ocasiões, Kauã chorava desesperadamente, mas alegava aos seus professores que não podia contar o motivo.
Joaquim, também na escola, relatava que sofria abusos sexuais. Os pais compareceram no estabelecimento de ensino afirmando que os abusos não eram praticados no âmbito doméstico e familiar.

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