segunda-feira, 24 de outubro de 2016

APENAS TRÊS EM CADA CEM CASOS DE CORRUPÇÃO SÃO PUNIDOS NO BRASIL

De cada cem processos envolvendo corrupção no Brasil apenas três terminam com algum tipo de punição. A informação foi feita nessa segunda-feira (24), em Curitiba, durante uma audiência pública sobre o projeto de iniciativa popular que pede a aprovação de dez medidas contra a corrupção.
A audiência pública, na Assembleia Legislativa do Paraná, foi a primeira realizada fora de Brasília, pela comissão especial da Câmara que analisa as dez medidas contra a corrupção. Em Curitiba, os deputados ouviram dois procuradores da força-tarefa da Lava Jato e também o juiz Sérgio Moro
O projeto foi lançado pelo Ministério Publico Federal em 2015. Em março deste ano foi apresentado na Câmara dos Deputados, com mais de dois milhões de assinaturas. O projeto original tem 60 artigos que pretendem:
- Criminalizar o caixa dois de campanhas políticas;
- Reduzir o número de recursos nos processos;
- Transformar a corrupção em crime hediondo;
- Facilitar a recuperação de dinheiro obtido com corrupção.

“Apenas três de cada cem casos de corrupção geram alguma punição e o montante da punição é uma piada, uma piada de mau gosto”, afirma o procurador Deltan Dallagnol.
Em junho, a Câmara formou a comissão especial, encarregada de receber sugestões e emendas. A previsão é que o relator Onyx Lorenzoni, do DEM-RS, apresente na semana que vem uma nova proposta para o projeto de lei.
O relatório deve primeiro ser votado na comissão especial, o que pode acontecer em novembro. Depois, o projeto vai para votação no plenário da Câmara. Se aprovado, segue para o Senado Federal.

Na audiência pública dessa segunda-feira, o juiz federal Sérgio Moro, que julga os processos da Lava Jato, reafirmou que apoia as dez medidas e disse que o Congresso precisa escolher entre combater a corrupção ou deixar o sistema do jeito que está: “É o Congresso demonstrar de que lado que ele se encontra nessa equação. Isso é uma sinalização importante por parte do Congresso Nacional. As pessoas precisam ter fé nas suas instituições democráticas”.

Fonte: O Globo

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