O bar Cantinho da Feijoada, no São Caetano, em Itabuna, foi
palco de uma tragédia na madrugada desse sábado. Duas pessoas morrerem e outras
três ficaram feridas
Lamentavelmente, não temos como fugir de uma realidade: Itabuna está sitiada
pelo medo e, já algum tempo, sentar num bar no final de semana se transformou
em uma atitude de alto risco. Prova disso foi o que aconteceu na madrugada
deste sábado (30). A cidade, que já vinha registrando um alto índice de
violência desde o início do ano, foi palco de uma tragédia ainda maior, envolta
em um ninho de mistérios.
O “Cantinho da Feijoada”, no bairro São Caetano, foi simplesmente invadido por
homens fortemente armados, que dispararam inúmeros tiros. Cinco pessoas – três
homens e duas mulheres - foram baleadas. Duas morreram, uma delas no local,
sentada na cadeira, onde bebia uma cerveja. Trata-se de César Almeida
Palmeiras, de 25 anos. Ele morava numa localidade conhecida como Gogó da Ema,
no São Caetano.
Os pais da vítima estiveram na cena dos crimes, muito abalados. Segundo eles, o
jovem trabalhava na feira livre, descarregando caminhão e vendendo temperos.
O irmão de César também esteve no lugar e contou que o rapaz era usuário
de drogas (maconha), mas não tinha passagens pela polícia.
Os demais feridos foram encaminhados para o Hospital de Base, em ambulâncias do
Samu. Lá, uma mulher identificada apenas como Camila, não resistiu aos
ferimentos e acabou morrendo, por volta das 7 horas da manhã. Ela foi alvejada
no pescoço e no rosto. De acordo com testemunhas, Camila morava no bairro Urbis
IV e era lésbica, assim como Jéssica Vasconcelos de Jesus, que seria uma das
donas do Cantinho da Feijoada. Jéssica foi atingida no rosto, nariz, braços e
costas e seguia internada em estado grave.
Os outros sobreviventes são: Edeilton José da Conceição e
João Paulo Santos Marques, de 35, morador do Pedro Jerônimo. Os dois homens
foram submetidos a cirurgias e estão internados.
Suspeitas
De um lado, uma parte dos policiais relatou que
os criminosos, não se sabe quantos ao todo, chegaram num veículo de placa e
modelo ignorados. Até chegou-se a acreditar na suspeita de que o carro tivesse
sido o mesmo usado nos dois crimes ocorridos na noite de sexta, quando um homem
morreu - Anderson santos de Souza, de 25 anos – e outro ficou ferido – Nem
Orea, nos bairros São Roque e Sarinha, respectivamente.
Por outro lado, soldados relataram para a perícia técnica que os bandidos
estavam a pé. Tudo está sendo meticulosamente averiguado. Mais de 30 cápsulas
de calibres como 380 e 38 foram recolhidas na cena da tragédia. Uma das
hipóteses, é que o bando assassino não tinha um alvo real e atiraram
aleatoriamente, para matar qualquer um. A Polícia Militar fez rondas pela
localidade, mas não conseguiu localizar nenhum suspeito.
Vale lembrar que o mesmo bar já foi palco de outro homicídio, no ano passado. A
essa altura do campeonato, o município já contabiliza 59 assassinatos, 19
apenas nesse mês de abril. E assim, segue-se a vida, sem saber onde essa
violência vai parar.
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