quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

QUARENTA E DOIS MIL JOVENS PODEM SER ASSASSINADOS ATÉ 2019, DIZ UNICEF


Quarenta e dois mil adolescentes brasileiros, entre 12 e 18 anos, correm o risco de serem assassinados de forma violenta antes de completar 19 anos. Essa é uma das conclusões do Índice de Homicídios na Adolescência, divulgado pelo Governo Federal, Unicef e sociedade civil. O índice nunca foi tão alto nos últimos oito anos.
Segundo o estudo, feito para ajudar na avaliação das políticas de prevenção à violência, o risco é maior ainda para os meninos e os negros. O levantamento mostra que para cada grupo de 1000 adolescentes que completaram 12 anos em 2012, 3,32 correm o risco de serem assassinados antes de completarem 19 anos de idade. Houve um aumento de 17% em relação a 2011.
“É preocupante e não pode ser preocupante só para o Governo Federal, porque o enfrentamento à violência contra os nosso adolescentes é uma responsabilidade que tem que ser assumida pelo Governo Federal, Governos Estaduais, Municipais, Executivos, Legislativos e o Judiciário. Só nesta lógica de um pacto nacional, enfrentando a violência no nosso país, é que vamos poder reverter esses números alarmantes", afirma a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Ideli Salvatti.
O Nordeste é a região com a maior taxa: quase seis adolescentes em um grupo de 1000 correm risco de morte violenta antes dos 19 anos. Dos cinco estados com maior índice, quatro estão no Nordeste: Alagoas, Bahia, Ceará e Paraíba. O Espirito Santo também aparece com mais de sete adolescentes em um grupo de 1000 correndo o risco de morte antes do 19 anos.
Pelo índice divulgado, entre as cidades com mais de 200 mil habitantes, a taxa assusta ainda mais em Itabuna, na Bahia: 17 em cada 1000 podem ser mortos antes de fazer 19 anos. Itabuna é seguida por dois municípios do Espírito Santo: Cariacica e Serra.
Outra informação da pesquisa é que a arma de fogo é o principal meio usado nos assassinatos de jovens brasileiros.
Felipe foi morto aos 17 anos com um tiro nas costas disparado por um guarda municipal porque, segundo a polícia, chutou um cone de sinalização no meio da rua. O crime aconteceu em março de 2013 em Limeira, no interior de São Paulo. O caso ainda está na Justiça e o guarda continua trabalhando e responde em liberdade ao processo por homicídio doloso, quando há a intenção de matar.
Davi Fiúza, de 16 anos, está há três meses desaparecido. A família não sabe mais o que fazer e não recebe qualquer pista do menino. Os parentes dizem que ele foi visto pela última vez durante uma operação policial. A corregedoria da PM disse que não há indícios de participação de policiais no desaparecimento de Davi.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

AVISO: O conteúdo de cada comentário é de única e exclusiva responsabilidade do autor da mensagem.