O julgamento do trio conhecido como Canibais de Garanhuns
terminou por volta das 21h desta sexta-feira (14), segundo o Tribunal
de Justiça de Pernambuco. Isabel Cristina Torreão Pires e Cristina
Oliveira da Silva foram condenadas a 19 anos de reclusão, um ano de
detenção e 120 dias-multa. Já Jorge Beltrão Negromonte, recebeu a pena
de 21 anos de reclusão, um ano e seis meses de detenção e 320
dias-multa.
O júri começou por volta das 9h de quinta-feira (13) em Olinda (PE). Na
chegada ao fórum, os acusados foram vaiados por populares.
Os três réus foram condenados por homicídio quadruplamente qualificado,
vilipêndio e ocultação de cadáver de Jéssica Camila da Silva Pereira,
de 17 anos. A jovem seria a primeira vítima dos acusados, de acordo com o
TJ-PE.
Durante o júri, Negromonte confessou que matou, esquartejou e comeu parte do corpo da jovem. Entre as testemunhas, o delegado Paulo Berenguer disse que cada um tem sua participação na morte de Jéssica.
— Eles confessaram o canibalismo. A carne era temperada normalmente por
Isabel e Bruna e servida junto com o resto normal de comida. A ideia
era comer a carne purificada da vítima para que a purificação atingisse
os três.
Antes do depoimento do delegado, o perito médico Lamartine Hollanda
também falou. Ele é testemunha indicada pelo Ministério Público. A
promotoria disse na entrada do fórum que esperava a condenação máxima
para os três.
Jéssica saiu de casa há seis anos para aceitar uma proposta de emprego
feita por Isabel em maio de 2008, em Olinda. A filha de Jéssica tinha um
ano e meio quando sumiu com a mãe. Atualmente, a criança mora com os
parentes da jovem.
Nesta sexta-feira, a promotora Eliane Gaia leu um diário escrito por Negromonte.
Segundo o TJ-PE, o caderno, nomeado como Diário de um Esquizofrênico,
conta detalhes sobre os crimes praticados. Durante o dia, os réus
choraram e até trocaram carinhos no tribunal.
Após o depoimento da promotora, o advogado de Isabel Cristina, Paulo
Sales, iniciou a defesa da sua cliente com um vídeo em que Negromonte
aparece falando sobre os crimes. Ele defende que Isabel agiu por ter
sido coagida e ameaçada.
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