quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

Droga que pode ter matado presos em Salvador tem efeito cem vezes mais forte do que a maconha


A morte de dois detentos do Complexo Penitenciário de Mata Escura, em Salvador, na terça-feira (24) ligou o alerta para a presença da droga K9 dentro dos pavilhões do local. Na cela em que os dois presos que morreram estavam – e mais três passaram mal – vestígios do entorpecente, que chega a ser 100 vezes mais forte que a maconha, foram encontrados.

O caso preocupa especialistas que analisam o K9 como uma droga potente e perigosa. Carlos Duplat, professor e mestre em química, explica que o entorpecente é sintético se assemelha a maconha por causar efeitos parecidos. No entanto, alerta que o risco está no nível de impacto do K9 no organismo.

“O problema é que ela é 100 vezes mais potente do que a maconha. Ela deixa os receptores de endocannabinoides extremamente ativos. Sendo assim, as pessoas fiquem apáticas e com movimentos descoordenados, como se fosse um zumbi”, fala o professor.

Segundo o Sindicato dos Policiais Penais da Bahia (SINPPSPEB), é a primeira vez que se detecta a presença da K9 nos presídios baianos. No entanto, familiares de detentos da Mata Escura relatam que mais óbitos foram registrado por causa da droga. Procurada para falar do tema, a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) não respondeu até o fechamento desta matéria.

Sobre a letalidade da K9, Marcel Tavares, farmacêutico, mestre em toxicologia, professor da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), analisa que os efeitos são variados e dependem das condições da exposição, como dose, via de administração e presença de outras substâncias. No entanto, confirma que a droga oferece risco fatal para usuários.

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