sexta-feira, 24 de março de 2023

Fazendeiros da Bahia planejam “invasão zero” contra “Abril Vermelho” do MST, diz TV

 Da Redação

Fazendeiros se organizam em dezenas de cidades da Bahia para reagir ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e à onda de invasões anunciadas para o chamado “Abril Vermelho”.

A TV CNN Brasil teve acesso à planilha do grupo de fazendeiros, chamado “Invasão zero”.

Na versão mais atualizada, havia 800 fazendeiros listados e distribuídos em 130 dos 417 municípios baianos em sete núcleos de cidades: Itabuna, Ipaú, Itapetinga, Eunápolis, Santo Antonio de Jesus e Vale do Jiquiriçá.

Planilha com os núcleos organizados pelos fazendeiros para enfrentar invasões do MST

A origem do movimento foi na cidade de Santa Luzia, onde um pequeno grupo de fazendeiros conseguiu impedir a invasão dos sem-terra. Desde então, o movimento cresceu e associações e sindicatos rurais têm servido de base para reuniões.

Mais recentemente, prefeituras de outras regiões do estado aderiram.

O presidente do Consórcio Chapada Forte, Wilson Paes Cardoso, prefeito de Andaraí, no centro do estado, divulgou uma nota dizendo apoiar a reforma agrária.

Ele diz, no entanto, “ser a desapropriação o caminho correto e que por este motivo discorda veementemente de qualquer ato de invasão ou ocupação por tratar-se de ação que fere garantia constitucional, o direito de propriedade e gera insegurança jurídica”.

Sindicatos rurais têm organizado encontros apoiados pelo time jurídico da Federação de Agricultura do estado da Bahia para “tratar de assuntos referentes às invasões de terra em nosso estado”.

Um dos organizadores do movimento é o fazendeiro Luis Uaquim, que produz cacau e cria gado em Ilhéus.

“O movimento é uma reação ao governo [do presidente Luiz Inácio] Lula [da Silva]. O governo Lula vai ter que se adaptar a muita coisa que ele acha que poderia fazer mas não pode mais”, afirma Uaquim.

“O dia 1º de abril é chave. O MST chama de Abril Vermelho porque gostam de deflagrar invasões. Faremos vigília. No governo passado [de Jair Bolsonaro] eles [MST] pararam porque o governo não deixava. Então, estamos nos organizando e esse movimento está ganhando corpo e dimensão nunca antes vista. É uma bomba pronta para explodir porque pode haver conflito na hora de retirar os invasores”, continua o fazendeiro.

Ele nega, porém, que esses grupos ruralistas estejam se armando.

“O grupo é muito claro. Não pode ter arma de fogo. A gente aposta na pressão. Se eles entraram na fazenda com 100 [pessoas], nós apertamos o botão do grupo e vamos para lá com 1.000 pessoas”, explica.

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