segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Cesta básica de Salvador aumenta em mais de 10% em 2022

Os itens básicos da alimentação estão mais caros e o poder de compra da população vai diminuindo.

Por Quézia Silva

Ir ao supermercado, à feira, à padaria ou até mesmo ao açougue está cada dia mais complicado. A hora de passar no caixa é uma das mais temidas para quem recebe apenas um salário mínimo. Os chamados itens básicos para a alimentação, a exemplo do feijão, arroz, carne e até mesmo a saladinha para acompanhar, tornaram-se artigos de luxo. Estão cada vez mais raros nas mesas de milhares de soteropolitanos. Isso está acontecendo, pois a cesta básica em Salvador fechou o ano de 2022 com uma alta de 10,60% no valor.

De acordo com a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), somente no mês de dezembro do ano passado a cesta básica estava custando R$ 495,02. Esses cálculos são baseados em pesquisas que foram realizadas em 95 estabelecimentos na capital. Dentre os 12 itens da cesta básica, sete aumentaram o valor. São eles: tomate (23,87%), banana-prata (23,18%), carne bovina (0,88%), pão francês (0,70%) e farinha de mandioca (5,99%). Até mesmo o famoso casal feijão com arroz está entre os alimentos mais caros na mesa dos soteropolitanos. O arroz aumentou em (3,76%) e o feijão em (1,90%). 

A economista, Natália Maria (38), explica os motivos que levaram à alta nos alimentos. "Em 2022 tivemos o retorno da inflação acima de 10% ao ano, e isso afetou os alimentos e, consequentemente, atingiu a população mais carente. A Guerra na Ucrânia é outro fator que fez com que isso acontecesse", afirmou. A economista também ressalta que no ano passado houve períodos de seca de muita chuva no Brasil. Além disso, teve também um aumento no valor do combustível, que contribuiu para que os itens da cesta básica ficassem mais caros.

O tomate é um dos vilões da cesta básica, com alta de quase 24%. População reclama | Foto: Romildo de Jesus

Segundo a SEI, outros alimentos tiveram uma baixa no valor no ano passado. A exemplo do açúcar cristal (2,38%), do óleo de soja (1,95%) e do café moído (1,86%). No entanto, a dona de casa, Vanuzia Lima (38), afirma que os alimentos estão muito caros, inclusive o óleo de soja. "Está um  absurdo! Cada dia que passa o preço dos alimentos está subindo muito. Nossas condições são poucas. Não está cabendo no bolso da gente. O óleo mesmo está caro. Às vezes preciso substituir ele por gordura vegetal", declarou. Vanuzia também declara que vai às compras a cada duas semanas, devido ao preço dos alimentos. "Não dá nem para comprar para o mês todo, então vou comprando o necessário. Quando realmente estou precisando, vou no mercado e compro. Gosto de aproveitar as ofertas", afirmou.

Evelyn Broocke (35) é nutricionista e explica como o aumento dos preços dos alimentos afeta a saúde da população. "A segurança alimentar fica comprometida e consequentemente a saúde  de boa parte das famílias. Em muitos casos as pessoas acabam trocando os alimentos saudáveis por produtos altamente industrializados baratos, o que a longo prazo vai impactar negativamente na saúde", disse.

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