quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

GOVERNO APRESENTOU NESTA QUARTA-FEIRA O PLANO NACIONAL DE VACINAÇÃO CONTRA COVID-19

Foto: :Divulgação

O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, apresentaram nesta quarta-feira (16/12), em cerimônia no Palácio do Planalto, Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19.

Não foi dada uma estimativa de data para o início da imunização, mas em manifestação entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), na terça-feira (15/12), o governo condicionou o cronograma de vacinação ao aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aos imunizantes.

 O Planalto afirma que as doses devem chegar aos Estados e ao Distrito Federal em até cinco dias após a permissão da Anvisa e a entrega do produto no complexo de armazenamento do Ministério da Saúde.

O Ministério da Saúde inclui a CoronaVac, do Instituto Butantan, na lista chamada de “adesão do Brasil às vacinas”. Outros imunizantes citados são os de Oxford, da Pfizer, da Bharat Biotech, da Moderna e da Janssen, além do consórcio da Covax Facility, da OMS.

O Plano é dividido em 10 eixos. Entre eles estão descrições sobre os públicos-alvo para a vacinação; as vacinas já adquiridas pelo governo e as que estão em processo de pesquisa; a operacionalização da imunização; o esquema logístico de distribuição das doses pelo país; e as estratégias de comunicação para uma campanha nacional.

Grupos quatro prioritários

O Plano Nacional de Vacinação prevê quatro grupos prioritários, que somam 50 milhões de pessoas:

Grupo 1: trabalhadores da saúde (5,88 milhões), pessoas de 80 anos ou mais (4,26 milhões), pessoas de 75 a 79 anos (3,48 milhões) e indígenas com idade acima de 18 anos (410 mil);

Grupo 2: pessoas de 70 a 74 anos (5,17 milhões), de 65 a 69 anos (7,08 milhões) e de 60 a 64 anos (9,09 milhões);

Grupo 3: 12,66 milhões de pessoas acima dos 18 anos que tenham as seguintes comorbidades: hipertensão de difícil controle, diabetes mellitus, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença renal, doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, indivíduos transplantados de órgão sólido, anemia falciforme, câncer e obesidade grave (IMC maior ou igual a 40);

Grupo 4: professores do nível básico ao superior (2,34 milhões), forças de segurança e salvamento (850 mil) e funcionários do sistema prisional (144 mil).

O secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, frisou que o Plano não é definitivo, mas "dinâmico", estabelecendo as estratégias para a imunização. Segundo ele, o objetivo inicial — como não haverá doses suficientes para imunizar toda a população — é contribuir para reduzir a mortalidade e a transmissão da doença no Brasil. Para isso, a ideia é imunizar primeiro os grupos prioritários, com maior risco de desenvolver complicações e com maior risco de exposição ao vírus.

Vacinas em números

Segundo o Plano, o governo federal já garantiu 300 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 por meio de três acordos: Fiocruz/AstraZeneca (100,4 milhões de doses até julho de 2020 e mais 30 milhões de doses por mês no segundo semestre); Covax Facility (42,5 milhões de doses); Pfizer (70 milhões de doses ainda em negociação).

Para operacionalizar a campanha nacional de vacinação, o Plano do governo prevê capacitação dos profissionais de saúde do Sistema Único de Saúde e também um esquema de recebimento, armazenamento, expedição e distribuição dos insumos, que são o próprio imunizante, além das seringas e agulhas.

Logística

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello destacou que, graças ao alcance do Sistema Único de Saúde (SUS), o Brasil conta com a estrutura necessária para fazer as vacinas chegarem a todos os pontos em curto espaço de tempo.

O texto do Plano estabelece a importância do Ministério transmitir à população a mensagem de que o sistema de saúde pública está preparado para realizar a vacinação com segurança e que medidas estão sendo adotadas para garantir a segurança e a eficácia dos imunizantes e, assim, proteger os brasileiros, reduzindo a transmissão da doença.

O Ministério da Saúde intensificará, a partir de hoje (16), a divulgação de informações sobre o processo de produção, aprovação, escolha e distribuição de vacinas a serem utilizadas na campanha de imunização contra o novo coronavírus. O objetivo é tranquilizar a população a respeito da eficácia e segurança de qualquer imunizante que a Agência Nacional Vigilância Sanitária (Anvisa) venha a aprovar.

Discursos

Ao discursar no evento, Bolsonaro afirmou que, se alguém tomou uma atitude exagerada durante a pandemia, foi no "afã de encontrar uma solução". O presidente disse ainda que a doença "realmente nos afligiu desde o início".

Não sabíamos o que era esse vírus, como ainda não sabemos em grande parte. E nós todos, irmanados, estamos na iminência de apresentar uma alternativa concreta para nos livrarmos desse mal — discursou.

O ministro Pazuello chamou o lançamento do plano de "momento histórico". Ele também falou sobre o que chamou de "angústia" pela imunização.

Somos os maiores fabricantes de vacinas da América Latina. Pra que essa ansiedade, essa angústia? Somos referência na América Latina (…) Tudo isso grátis, custeado pelo SUS — disse.

Pazuello também garantiu que todos os Estados receberão doses de maneira igualitária.

Todos os Estados serão tratados de forma igualitária, proporcional. Não haverá diferença. Todas as vacinas terão prioridade do SUS. Isso está pacificado — garantiu.

Já o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros, responsável por detalhar o plano, destacou o papel estratégico do plano anunciado durante a cerimônia. Segundo ele, há recursos para implementá-lo nas três esferas governamentais, cabendo à área federal “incentivar a integração para que estados e municípios façam a vacinação”.

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