quarta-feira, 20 de setembro de 2017

SANTA LUZIA: PRÁTICA DE AUTOMUTILAÇÃO ENTRE ADOLESCENTES SE DISSEMINA E PREOCUPA PAIS E ESCOLAS

O Conselho Tutelar de Santa Luzia se manisfestou com os crescentes casos de adolescentes, sempre mulheres, entre 12 e 16 anos, praticando a automutilação em sua maioria com gilete. Só essa semana mais 10 casos foram acompanhadas pelo órgão e levanta uma enorme preocupação com a nossa adolescência, é interessante destacar que na maioria dos casos os pais não sabiam e nem desconfiaram da automutilação dos seus filhos, já que os mesmos sempre usam locais como perto da verilha e barriga (locais normalmente sempre coberto com roupas), as razões alegadas pelas adolescentes são a sensação de vazio, angústia, raiva de si mesmo, tristeza com ou sem motivo e até para relaxar são outros motivos apontados.    
     
Fotos reais de casos em Santa Luzia

O que fazer ao perceber que seu filho está machucando a si mesmo?

“A mesma coisa que faria ao perceber que ele está chorando”. Esta é a orientação da psiquiatra do Ambulatório da Infância e Adolescência do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IPq HC - USP), Jackeline Giusti. A automutilação deve ser sempre tratada como uma demonstração de tristeza, diz.  
Pequenos cortes pelo corpo e a tentativa de escondê-los dos pais são os principais sintomas da automutilação, ou cutting, que é reconhecida como um transtorno mental desde 2013, segundo a psiquiatra. No Brasil, não existem estudos epidemiológicos sobre a automutilação, mas pesquisas feitas nos Estados Unidos mostram que a prática está ficando mais frequente na última década. 

Fotos reais de casos em Santa Luzia
O mais importante é reconhecê-la como um transtorno mental que precisa de atenção e cuidado, por meio de avaliação psiquiátrica. Em casa, o apoio da família é essencial. Os pais não devem dar bronca ao perceber os cortes ou tratar o ato como travessura, mas sim oferecer conforto e compreensão. A família precisa entender que é um problema e que existe tratamento. cutting não tem como objetivo chamar a atenção, mas é usado como um escape para aliviar a tensão. Quem o pratica não quer que os pais saibam, porque quer continuar usando esse “analgésico” para dor emocional. Segundo Jackeline, quanto mais cedo o transtorno for tratado, maiores são as chances de a prática não se repetir. 

As principais características do transtorno, que normalmente começa em torno dos 13 anos de idade, são pequenos cortes superficiais feitos pelo próprio adolescente, em locais do corpo que possam ficar escondidos sob a roupa, sendo os braços o local mais comum. Segundo Jackeline, no entanto, a automutilação é diferente da tentativa de suicídio; a pessoa se corta mas sabe que não vai morrer por causa disso. “A motivação referida pelos pacientes é que eles se cortam para aliviar uma sensação ruim”, diz. Sensação de vazio, angústia, raiva de si mesmo, tristeza com ou sem motivo e até para relaxar são outros motivos apontados. 
 
Fotos reais de casos em Santa Luzia

Filmes e vídeos podem incentivar  

A automutilação muitas vezes está relacionada a outros problemas psicológicos, como depressão, ansiedade, transtorno obsessivo compulsivo (TOC) e transtornos alimentares. Até a influência da mídia pode iniciar um episódio de cutting, porque o adolescente fica sabendo que a prática existe por meio de filmes, seriados ou em vídeos na internet. Segundo a psiquiatra, a adolescência é uma fase de experimentação, de modo que ver alguém se cortando pode ser suficiente para fazer também, seguir como se fosse uma “moda”, diz.  
Nem todo adolescente que tenta a automutilação uma vez vai continuar praticando. A pessoa só sente o alívio ao se cortar se já tem uma situação de estresse prévia; caso contrário, só sente dor. Se o paciente está em condição psicológica normal, ele não repete mais. 

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