sexta-feira, 16 de junho de 2017

MÃE DESESPERADA NÃO ENCONTRA OUTRA FORMA E ACORRENTA FILHA VICIADA EM CRACK

      A auxiliar de cozinha Solange Bueno dos Santos, 43 anos, que manteve a filha de 17 anos acorrentada durante 43 dias para impedir que usasse crack está com medo de sofrer represálias de traficantes do bairro onde mora, a Vila Nova Esperança, zona oeste de Sorocaba, interior de São Paulo.


       Segundo a sobrinha de Solange, Jocimara Toste Bueno da Silva, de 19 anos, a mulher ouviu ameaças depois que os conselheiros tutelares e agentes da Guarda Civil Municipal estiveram na casa dela, na noite da terça-feira, 13, e levaram a garota para um abrigo. "Tem gente ruim, que quer o mal dela. Alguém que fez a denúncia para os homens virem aqui agora fala coisas. É uma injustiça o que estão fazendo com minha tia", disse

      Solange usou uma corrente com cadeado para prender a filha pelo tornozelo, atando a outra ponta ao pé de um pesado guarda-roupa, no quarto da casa. Ela justificou o ato alegando que a filha saía para a rua para se drogar e estava devendo dinheiro para os traficantes, que já a teriam ameaçado de morte. Nesta quinta-feira, 15, Solange saiu de casa muito cedo e, segundo os parentes, não avisou para onde iria. "Ela está assustada, não quer falar com ninguém", disse a sobrinha.

      A família mora numa viela do Nova Esperança, um dos bairros mais violentos da cidade, dominado pelo tráfico. Na rua em que fica a entrada da viela funcionam conhecidas "biqueiras" - pontos de venda de drogas. Vizinhos e moradores próximos negam-se a comentar o caso da adolescente acorrentada. Quando a reportagem estava no local, homens passaram várias vezes de moto pela rua, acelerando os motores.

(Correio)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

AVISO: O conteúdo de cada comentário é de única e exclusiva responsabilidade do autor da mensagem.