sexta-feira, 25 de novembro de 2016

FAMÍLIA É AUTORIZADA A CULTIVAR MACONHA EM CASA PARA TRATAMENTO DA FILHA

Uma família carioca conseguiu autorização da Justiça para cultivar maconha em casa como forma de tratamento para a filha de 7 anos, que sofre de uma doença rara. A pequena Sofia, filha do casal Margarete e Marcos, sofre de um tipo de epilepsia e uma substância extraída da erva ajuda a controlar os efeitos da doença. É na varanda do apartamento que a família cultiva as plantas usadas para o tratamento da menina. “A gente tentou todos os tratamentos possíveis que tinham, a gente usou todos os remédios que tinham e nada funcionou, a gente ficava um pouco desesperado. Não tem nada pior para um pai do que olhar a filha convulsionando e não poder fazer nada”, afirma o Marcos Langenbach, pai da criança.


Por lei, cultivar maconha é crime, mas, para a família, é a esperança de uma vida melhor para a Sofia, de 7 anos. Ela nasceu com uma síndrome rara e não fala, não anda e tem muitas convulsões.

Há três anos, eles ouviram falar dos efeitos terapêuticos do canabidiol, extraído da maconha, para controlar as convulsões. A Anvisa permite somente a importação de produtos à base de canabidiol. Mas o tratamento, além de caro, esbarra na burocracia. Por isso, os pais de Sofia decidiram cultivar a matéria prima na própria varanda.
Além de ter uma plantação, a família aprendeu a extrair o óleo de canabidiol e a fazer em casa o remédio que vem diminuindo as crises convulsivas e melhorando a qualidade de vida da Sofia.

“Ela teve uma melhora significativa no número de crises convulsivas, uma melhora no eletro significativa e quando a gente consegue melhorar as crises, melhora o cognitivo e a criança fica mais tempo acordada, a criança sorri mais. Então isso é muito importante pra gente”, diz a advogada Margarete de Brito.

Em vez de se esconder, Margarete e Marcos foram à Justiça pedir proteção para cultivar maconha em casa e garantir o direito à saúde da filha. “Foi por isso que nós decidimos plantar e entrar na Justiça para requerer o direito pra essa autorização, para que a gente possa fazer sem correr o risco de um policial desavisado entrar na nossa casa, destruir as plantas que são remédio da Sofia”, afirma a mãe.

E a decisão da Justiça foi inédita no Brasil. A juíza Lídia Maria Sodré de Moraes concedeu um habeas corpus preventivo para que o casal não seja preso e as plantas não sejam destruídas.

No entanto, Margarete e Marcos querem mais. Eles lutam pela liberação do plantio para fins medicinais e o avanço nas pesquisas. “Hoje em dia a gente tem muitas perguntas sem respostas e pelo fato da planta ser proibida a gente fica praticamente proibido de avançar nas pesquisas”, conclui a mãe.

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