Uma família carioca conseguiu autorização da
Justiça para cultivar maconha em casa como forma de tratamento para a filha de
7 anos, que sofre de uma doença rara. A pequena Sofia, filha do casal Margarete
e Marcos, sofre de um tipo de epilepsia e uma substância extraída da erva ajuda
a controlar os efeitos da doença. É na varanda do apartamento que a família
cultiva as plantas usadas para o tratamento da menina. “A gente tentou todos os tratamentos possíveis que
tinham, a gente usou todos os remédios que tinham e nada funcionou, a gente
ficava um pouco desesperado. Não tem nada pior para um pai do que olhar a filha
convulsionando e não poder fazer nada”, afirma o Marcos Langenbach, pai da
criança.
Por lei, cultivar maconha é crime, mas, para a família,
é a esperança de uma vida melhor para a Sofia, de 7 anos. Ela nasceu com uma
síndrome rara e não fala, não anda e tem muitas convulsões.
Há três anos, eles ouviram falar dos efeitos
terapêuticos do canabidiol, extraído da maconha, para controlar as convulsões.
A Anvisa permite somente a importação de produtos à base de canabidiol. Mas o
tratamento, além de caro, esbarra na burocracia. Por isso, os pais de Sofia
decidiram cultivar a matéria prima na própria varanda.
Além de ter uma plantação, a família aprendeu a extrair
o óleo de canabidiol e a fazer em casa o remédio que vem diminuindo as crises
convulsivas e melhorando a qualidade de vida da Sofia.
“Ela teve uma melhora significativa no número de crises
convulsivas, uma melhora no eletro significativa e quando a gente consegue
melhorar as crises, melhora o cognitivo e a criança fica mais tempo acordada, a
criança sorri mais. Então isso é muito importante pra gente”, diz a advogada
Margarete de Brito.
Em vez de se esconder, Margarete e Marcos foram à Justiça pedir proteção para
cultivar maconha em casa e garantir o direito à saúde da filha. “Foi por isso
que nós decidimos plantar e entrar na Justiça para requerer o direito pra essa
autorização, para que a gente possa fazer sem correr o risco de um policial
desavisado entrar na nossa casa, destruir as plantas que são remédio da Sofia”,
afirma a mãe.
E a decisão da Justiça foi inédita no Brasil. A juíza
Lídia Maria Sodré de Moraes concedeu um habeas corpus preventivo para que o
casal não seja preso e as plantas não sejam destruídas.
No entanto, Margarete e Marcos querem mais. Eles lutam
pela liberação do plantio para fins medicinais e o avanço nas pesquisas. “Hoje
em dia a gente tem muitas perguntas sem respostas e pelo fato da planta ser
proibida a gente fica praticamente proibido de avançar nas pesquisas”, conclui
a mãe.
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