O secretário de Governo de Campos
dos Goytacazes e ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, foi preso por volta das 10h30
desta quarta-feira (16), no Flamengo, Zona Sul do Rio, por agentes da Polícia
Federal. Ele é um dos investigados na Operação Chequinho, que apura o uso do
programa social Cheque Cidadão para compra de votos na cidade em 2016.
O ex-governador foi preso preventimente, o que significa
que não há prazo para libertação. A PF cumpre ainda oito mandados de prisão
temporária (com prazo de cinco dias), outros oito de busca e apreensão e um de
condução coercitiva – quando a pessoa é levada a depor e depois liberada. Os
mandados foram expedidos pelo juiz Glaucenir Silva de Oliveira, da 100º Zona
Eleitoral de Campos.
Segundo a PF, o ex-governador do Rio de Janeiro foi preso em seu apartamento na
Senador Vergueiro, de onde teria saído sem algemas, e levado para a sede da PF
na Zona Portuária. As imagens acima, feitas pelo cinegrafista William Corrêa,
da GloboNews, mostram o ex-governador sentado em uma sala; Ainda nesta quarta,
Garotinho deve ser levado para Campos.
Anthony Garotinho foi governador do estado do Rio de
1998 a 2002, quando concorreu à presidência, sendo derrotado pelo ex-presidente
Lula. Sua mulher, Rosinha Garotinho,
foi eleita governadora do estado, e ele foi secretário de Segurança de seu
governo. Neste período, uma série de denúncias de crimes eleitorais e comuns
recaíram sobre o casal.
Investigações
A Operação Chequinho investiga um esquema de compra de votos em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense. Segundo o Ministério Público Estadual, em troca dos votos, a prefeitura oferecia inscrições fraudulentas no programa Cheque Cidadão, que dá R$ 200 por mês a cada beneficiário. A iniciativa é semelhante ao Bolsa Família e foi criada para atender a população de baixa renda.
A operação começou em setembro deste ano, quando o MPE e
a PF viram um "crescimento desordenado" do Cheque Cidadão. Em apenas
dois meses, o número de inscritos passou de 12 mil para 30 mil. Desde então, a
operação prendeu vereadores, eleitores e outros envolvidos no caso. Todos já
foram soltos.
Presos
Em setembro, a PF prendeu a secretária municipal de Desenvolvimento Humano e Social e a coordenadora do Programa Cheque Cidadão em Campos dos Goytacazes. Segundo investigadores, também foram presos eleitores que tinham ligação com um vereador – ele foi detido em 29 de agosto suspeito de aliciamento de eleitores para a compra de votos.
No dia 19 de outubro, dois vereadores foram presos
temporariamente em Campos: Miguel Ribeiro Machado, o Miguelito, de 51 anos,
Ozéias Martins, de 47. Machado ficou no Presídio Carlos Tinoco da Fonseca até o
dia 26 de outubro, quando foi liberado. O vereador Ozéias Martins foi liberado
no dia 29 de outubro.
No dia 26 de outubro, o vereador Kellenson
"Kellinho" Ayres Figueiredo de Souza (PR), de 55 anos, foi preso em
uma nova fase da operação. Na ocasião, também foram presos chefes de postos de
saúde na cidade. Kellinho conseguiu uma liminar do Tribunal Superior Eleitoral
e foi solto do Presídio Carlos Tinoco da Fonseca no dia 4 de novembro.
Além disso, Gisele Kock, coordenadora do Cheque Cidadão
na cidade, também está entre as que tiveram a prisão preventiva cumprida no dia
26 de outubro. Ela deixou presídio feminino Nilza da Silva Santos em 3 de
novembro, após conseguir habeas corpus.
No dia 29, a Polícia Federal prendeu Thiago Virgílio (PTC),
vereador de Campos. O parlamentar foi preso em casa e levado para a sede da PF
em Campos. Segundo a Polícia Federal, ele é suspeito de envolvimento com o
esquema de compra de votos nas eleições 2016.
Thiago foi solto do Presídio Carlos Tinoco da Fonseca no
dia 3 de outubro, após o término da prisão preventiva. O parlamentar havia sido
afastado pela Justiça Eleitoral das atividades na Câmara e ficou proibido de
acessar e frequentar as dependências da Casa e da Prefeitura, e de manter
contato com os beneficiários do Cheque Cidadão e com testemunhas do processo.
No dia 31 de outubro, a vereadora eleita Linda Mara (PTC) e
a ex-secretária municipal de Desenvolvimento Humano e Social, Ana Alice Ribeiro
Lopes Alvarenga, foram presas pela Polícia Federal em um hotel de Copacana,
Zona Sul do Rio.
Uma terceira mulher, que é radialista de Campos, também
foi presa. Linda Mara foi liberada após cumprir cinco dias de prisão temporária
no Presídio Feminino Nilza da Silva Santos. Ana Alice deixou o presídio após
conseguir habeas corpus no dia 3 de outubro. As três estavam foragidas por
suspeita de envolvimento na Operação Chequinho.
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