O Palácio do Planalto anunciou
nesta quarta-feira (16), por meio de nota oficial, a nomeação do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva para o cargo de ministro da Casa Civil, no lugar de
Jaques Wagner, que será deslocado para a chefia de gabinete da presidente Dilma
Rousseff. A informação foi antecipada pelo colunista do G1 e da GloboNews Gérson Camarotti.
"A Presidenta da República,
Dilma Rousseff, informa que o ministro de Estado Chefe da Casa Civil, Jaques
Wagner, deixará a pasta e assumirá a chefia do Gabinete Pessoal da Presidência
da República. Assumirá o cargo de Ministro de Estado Chefe da Casa Civil o
ex-Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva", diz trecho da nota.
Segundo a TV Globo apurou, Jaques
Wagner manterá o status de ministro, apesar de estar sendo
transferido para o cargo de chefe de gabinete da Presidência, que, até então,
não era considerado uma vaga de primeiro escalão. Com isso, Wagner manterá o
foro privilegiado.
No mesmo comunicado, a
Presidência anunciou a ida do deputado Mauro Lopes (PMDB-MG) para o comando da
Secretaria de Aviação Civil, que estava, desde dezembro, sob uma chefia
interina.
Os anúncios foram feitos no início
da tarde desta quarta. Pela manhã, Dilma e Lula acertaram, em uma reunião no
Palácio da Alvorada, a entrada do ex-presidente no primeiro escalão. Eles já
haviam se reunido na residência oficial na noite desta terça (15) para tratar
do assunto, no entanto, não haviam oficializado a nomeação porque decidiram
discutir alguns detalhes nesta manhã.
Nos últimos dias, ministros do
núcleo político do governo têm repetido que o objetivo da ida de Lula para o
ministério seria ajudar a presidente da República a recompor a base política no
Congresso Nacional e tentar barrar o processo de impeachment.
A consequência prática mais
imediata da nomeação de Lula para um ministério, no entanto, é que o
ex-presidente sai do alcance do juiz federal Sérgio Moro, da Justiça Federal do
Paraná, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância. Todos os ministros de estado têm
foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal (STF). Assim, o comando das
investigações sobre Lula sairá de Curitiba e passará a ser do procurador-geral
da República, Rodrigo
Janot. Já o juiz do caso passará a ser o ministro do Supremo Teori Zavascki.
O ex-presidente da República chegou
a Brasília na tarde de terça e, poucas horas depois, iniciou uma reunião com
Dilma por volta das 19h na residência oficial da Presidência.
O encontro durou mais de quatro
horas, mas terminou sem uma definição sobre a ida de Lula para o ministério.
Ele e Dilma, então, decidiram continuar a conversa na manhã do dia seguinte.
Investigações
A nomeação de Lula para ocupar um cargo no governo se dá em meio a investigações conduzidas pela Justiça Federal para apurar se o ex-presidente recebeu vantagens indevidas do esquema de corrupção que atuava na Petrobras.
A nomeação de Lula para ocupar um cargo no governo se dá em meio a investigações conduzidas pela Justiça Federal para apurar se o ex-presidente recebeu vantagens indevidas do esquema de corrupção que atuava na Petrobras.
O ex-presidente também é
investigado por, supostamente, ter omitido das autoridades ser o dono de um
apartamento triplex em Guarujá (SP) e de um sítio em Atibaia (SP), o que a
defesa dele nega.
Em razão das suspeitas, o
Ministério Público de São Paulo pediu a prisão preventiva de Lula na semana
passada. Na segunda-feira (14), a juíza Maria Priscila Oliveira remeteu o
pedido ao juiz federal Sérgio Moro.
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