Santa
Luzia está se despedido de um dos homens mais importante e baluartes desses município, o Sr. Abenilson Britto Ferreira faleceu ontem ás 18:30 Hs, aos 101 anos de idade. O corpo está sendo velado em sua casa na Av. 02 Julho próximo a Igreja Assembleia de Deus, o sepultamento está marcado para ás 11:00 hs.
Abenilson
Britto Ferreira nasceu em Belmonte no dia 19 de janeiro de 1915, filho de Brás
Bispo Ferreira e Estefânia de Britto Ferreira (Fana). Era uma época marcada
pelo mandonismo dos coronéis do interior do Estado apoiado pela força dos
clavinoteiros, e marcada ainda pela instabilidade política da Bahia. Basta
dizer que em 1912 Belmonte teve quatro intendentes, mas quando Abenilson nasceu
o intendente era o Dr. José Joaquim Pereira, que dirigiu o município de 1912 a
1915, sendo ainda escolhido para o período seguinte (1916-1917).
Abenilson realizou seus estudos fundamentais em Belmonte, sendo
portador de Certificado de Habilitação das Escolas Reunidas Estaduais, datado
de 27 de novembro de 1929, com aprovação plena, assinado pelo delegado escolar
João Prudêncio e pela Comissão Examinadora formada pelos professores Lúcio da
Silva Coelho Jr, Anna Áurea da Silva e Maria Isabel Guimarães.
Em 1930, aos 15 anos, foi designado para prestar serviços na
Coletoria de Belmonte, cujo titular era seu tio Britto. Nessa atividade
permaneceu de 1930 a 1936. Daí em diante esteve envolvido em várias atividades
profissionais: Padaria Brasil, de Mário Andrade (1937-1939); guarda fiscal
(1940-1941), agente fiscal de arrecadação na agência de Gameleira, município de
Belmonte (1942).
Casou-se aos 25 anos, em 30 de março de 1940, com Orly Vilaça
Ferreira (19). Dessa união, vieram os filhos: Benildo Vilaça Ferreira (1941),
Benilson (1944), Bereny (1946), Benival (1948), Edilson (1950), Abenilson
Britto Ferreira Filho, Marly (1955), Aldir (1951), Aldenir (1952), Luiz Carlos
(1958), Paulo César (1962) e Altair Vilaça Ferreira. Foram doze filhos, uma
prole numerosa, mesmo para a época, por que não havia televisão.
Na Segunda Guerra Mundial (1944), foi convocado pelo Exército,
sendo designado com outros para patrulhar a costa, em nossa região. Ao retornar
à vida civil, reassumiu suas atividades na condição de escrivão interino
(1945-1948), na Coletoria de Boca do Córrego (1949), de Cachoeirinha, Itapebi
(1951). Depois, foi nomeado coletor efetivo no distrito de Jacarandá, coletoria
que, posteriormente, foi transferida para Santa Luzia. Em 1957, foi removido
para São João do Panelinha voltando a Santa Luzia no ano seguinte.
Em 1971, viajou para o Rio de Janeiro, retornando a Santa Luzia
quatro anos depois, dedicandose daí em diante a atividades de artesanato. Em
1985, foi aposentado pelo INSS, com um salário mínimo. Em 1986, foi convidado
pela prefeitura de Santa Luzia para a Chefia de Tributação, sendo dispensado em
1989 no governo de Ismar Santana. Em 1992, amparado por lei federal, sendo
reconhecidos os serviços prestados ao Exército Brasileiro, aposentou-se como
ex-combatente, com o soldo de Segundo Tenente. Hoje, pai de 12 filhos, cerca de 40 netos, 60 bisnetos e alguns
tataranetos, Abenilson Britto Ferreira vive em Santa Luzia, lúcido e atencioso,
com voz firme ainda capaz de entoar o hino dos ex-combatentes:
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