sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

PAI ADMITIU QUE "USAVA DA VIOLÊNCIA PARA EDUCAR" FOI CONDENADO PELA JUSTIÇA


A Justiça de Vinhedo (SP) condenou o lutador de jiu-jítsu Tiago Ahmar de Moraes, de 27 anos,  a 23 anos e quatro meses de detenção em regime fechado pela morte do filho dele Yago Vinicius de Moraes, de 2 anos, ocorrida em julho de 2014. Segundo o Ministério Público, a vítima foi torturada pelo pai. O advogado dele, Aryldo de Oliveira de Paula, disse ao G1 que vai recorrer da decisão. A mãe da criança, Cristiana dos Santos Costa, recebeu a pena de nove anos e quatro meses, mas poderá recorrer em liberdade. Os defensores dela ainda não foram notificados e não vão comentar a sentença.

Liberdade

Sobre o fato de a mãe recorrer em liberdade, a juíza Euzy Lopes Feijó Liberati escreveu: “tendo em vista não haver indícios de que vá atentar contra a ordem pública ou, ao menos por ora, que comprometerá a aplicação da lei penal”.Ela respondeu ao processo por omissão.

Já em relação ao pai, a juíza relatou: “O regime de cumprimento da pena, para o réu, será o fechado, não somente pela quantidade da pena, mas também por seu antecedente e sua personalidade perigosa e agressiva”. Moraes está preso em Tremembé (SP), onde permanecerá, segundo sua defesa.
"Violência tem um caráter pedagógico"

Tiago Moraes foi preso em agosto de 2014 e ao chegar na Delegacia de Vinhedo, onde o caso foi investigado, negou torturar o filho, mas admitiu que em alguns momentos usava da violência para educar. "A violência tem um caráter pedagógico, e algumas vezes eu tive que usar desse recurso para educar, mas sempre soube o limite, porque eu sabia que era muito mais forte que ele", chegou a dizer.


Pais do menino Yago, de 2 anos, quando procuravam atendimento médico em Vinhedo (Foto: Reprodução EPTV)
Pais do menino Yago quando procuravam
atendimento médico  (Foto: Reprodução EPTV)
Torturas
O MP entendeu que a morte de Yago foi decorrente de torturas sofridas pela criança desde janeiro de 2014, quando o casal passou a morar junto, e ofereceu a denúncia.

Já a Polícia Civil indiciou o pai por homicídio qualificado e só depois, quando finalizou o inquérito, houve o indiciamento por tortura. Cristiana foi denunciada pelo Ministério Público  por ter se omitido ao longo dos meses.
Os pais chegaram, no período de inquérito, a dizer que as lesões na criança foram decorrentes a uma queda de um brinquedo em um parquinho, mas os investigadores desconfiaram desta versão.

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