Objetivo é
maximizar potencial de crescimento e maturação neurológica. Atendimento será em estabelecimentos que já existem
na rede pública.
Crianças nascidas com confirmação de microcefalia deverão passar por um programa para estimular o desenvolvimento, informou o Ministério da Saúde nesta segunda-feira (14). O acompanhamento deve ser feito desde o nascimento até os 3 anos de idade.
Segundo a pasta, o objetivo da medida é maximizar o “potencial de cada criança”, englobando aspectos como crescimento físico e “maturação neurológica, comportamental, cognitiva, social e afetiva, que poderão ser prejudicados pela microcefalia”.
O ministério informou que o acompanhamento a crianças será feito por profissionais de estabelecimentos que já existem na rede pública (centros especializados de reabilitação, núcleos de apoio à saúde da família e ambulatórios de seguimento de recém-nascidos).
A pasta não descarta aumentar o repasse a essas unidades em caso de necessidade, inclusive chamando profissionais por meio do programa Mais Médicos.
“O grau de sucesso vai depender da gravidade da malformação causada pelo zika”, afirmou o secretário de Atenção à Saúde, Alberto Beltrame. “Quanto maior o dano, menor as chances de ter um melhor resultado. Mas todas as crianças deverão ser estimuladas.”
A microcefalia é uma condição rara em que o bebê nasce com o crânio do tamanho menor do que o normal. A malformação é diagnosticada quando o perímetro da cabeça é igual ou menor do que 32 cm – o esperado é que bebês nascidos após nove meses de gestação tenham pelo menos 34 cm.
Na semana passada, o Ministério da Saúde disse investigar as mortes de 19 crianças com suspeitas de microcefalia desde o início do ano até o dia 5 de dezembro em oitos estados do país e se esses possíveis casos de malformação têm relação com o zika vírus. Em uma semana, o número de casos suspeitos de microcefalia passou de 1.248 para 1.761, um aumento de 41%.
Novo protocolo
O anúncio do acompanhamento foi dado durante a divulgação de um novo protocolo a ser adotado por profissionais da rede pública e particular em combate ao surto de microcefalia. Dentre as recomendações estão o reforço de políticas contraceptivas e orientação a famílias que têm filho com suspeita de microcefalia ou sintomas semelhantes aos do zika vírus.
De acordo com o protocolo, crianças com suspeita de microcefalia deverão passar por exame de ultrassonografia – em casos extremos, será necessária tomografia. O ministério também prevê destacar até R$ 6 milhões na compra de testes de gravidez. Além disso, a pasta faz recomendações a mulheres grávidas, como o uso de repelentes ou de roupas compridas para evitar a picada do mosquito Aedes aegypti, vetor do zika vírus.
Para o secretário Alberto Beltrame, ainda que seja necessário aumentar os cuidados durante a gravidez, o surto de microcefalia não é motivo para “enolouquecer”. “Não há motivo para pânico por causa da dengue ou zika. No entanto, o medo que proteja a mulher da picada e do mosquito é um medo saudável.”
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