
Aos 24 anos, Paula abandonou o nome de Clécio Gomes Araújo e passou a se identificar como mulher. Deixou a cidade de Conceição do Coité, no semiárido baiano, e morou em Salvador e na Itália. Quinze anos depois, de volta à cidade natal, retomou a identidade masculina. Foi abraçado por uma instituição religiosa, mas continuava sentindo-se à margem da sociedade. "Desisti não pelo sexo, mas pela falta de oportunidades", disse sobre a escolha de recuperar os traços de mulher.
Sem dinheiro e ofertas de emprego no mercado formal, Paulinha Lins, como é conhecida, se reencontrou com a atividade que fez parte da sua vida desde que se assumiu travesti pela primeira vez. "Estou em Salvador há 15 dias. Voltei a fazer programa na orla. Hoje, está bem mais difícil. A situação está terrível. Está pior do que quando comecei", revela.

"Era uma vida de muita dificuldade. Chegamos a passar fome. Decidi sair para estudar e trabalhar, mas não encontrava emprego. Passei a fazer atividades domésticas em uma casa. Uma mulher muito boa me deu essa oportunidade", disse. Nesse período, relata que encontrou uma prima que era travesti. Identificou-se com a história e passou a usar hormônios femininos. Foram seis anos usando as substâncias, até decidir ir para Salvador
Nenhum comentário:
Postar um comentário
AVISO: O conteúdo de cada comentário é de única e exclusiva responsabilidade do autor da mensagem.