Policiais federais foram vistos em frente à residência da prefeita de Camamu |
A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta segunda-feira, 13, a Operação Águia de Haia, com o objetivo de cumprir 96 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva em 25 municípios da Bahia, um em Minas Gerais e um em São Paulo. Duas pessoas já foram presas na operação, que conta com a participação de 450 policiais federais.
Segundo informações da PF, a organização criminosa investigada forjava licitações para desviar recursos federais do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
Somente nas cidades baianas, o montante desviado atinge a quantia de R$ 57.173.900,00. Entre os municípios estão Camamu, Livramento, Una, Itabuna, Ibirapitanga, Camacã, Buerarema, Teixeira de Freitas, Ilhéus e Nova Soure.
"As buscas ocorrem em diversos municípios do interior da Bahia. Estão sendo realizadas oitivas de pessoas no interior no momento. Não necessariamente elas serão presas pois, muitas vezes, a pessoa é levada para ser interrogada, para que a investigação seja concluída de forma mais célere", explicou o delegado regional de Combate ao Crime Organizado, Fábio Muniz.
Deputado baiano
Agentes da PF realizaram nesta manhã, na capital baiana, buscas no gabinete do deputado Carlos Ubaldino Filho (PSD), na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA).
O advogado Ananias Daeds de Souza, do departamento jurídico do deputado, afirmou ao Portal A TARDE que os policiais não apresentaram nenhum mandado de busca e apreensão.
Ele disse ainda que o deputado liberou a entrada da PF para as investigações - que vasculharam documentos e os computadores do gabinete -, mas não possui ligação com os desvios do Fundeb.
"Eles já estiveram aqui um tempo atrás e voltaram para confirmar as informações, mas não existe nenhuma fraude", enfatizou Ananias.
Os agentes concluíram a ação no gabinete de Carlos Ubaldino por volta de 11h30, quando saíram do local com uma mochila, mas não há confirmação se eles levaram algum documento.
Início das fraudes
A organização iniciou as atividades criminosas em São Paulo, passou por Minas Gerais e, em 2010, se estabeleceu na Bahia. A PF investigou as ações realizadas até 2014.
Os responsáveis pelas fraudes serão indiciados por crimes licitatórios, corrupção ativa e passiva e formação de quadrilha, entre outros delitos.
O delegado Fernando Berbert, que conduz as investigações, participa de uma coletiva de imprensa iniciada por volta de 11h, na sede da Polícia Federal, para divulgar mais informações sobre a operação.
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