A estudante de Feira de Santana Geórgia Gabriela da Silva, 19, foi aprovada em nove universidades dos Estados Unidos e está na lista de espera em outras duas instituições. Com tantas opções, ela está com dificuldades para escolher em qual delas cursará o ensino superior.
No início, nem os pais acreditaram muito na ideia de a filha estudar em outro país. Para uma estudante do interior (Feira fica a 109 km da capital), lhes parecia impossível tentar vaga nas famosas universidades americanas. Ela foi aprovada na Yale University, Stanford University, Minerva, Columbia University, Duke University, Northeastern University, Middlebury College, Dartmouth College e Barnard College.
Geórgia terá que escolher a universidade que oferecer a melhor bolsa, pois a família não pode pagar as altas mensalidades das universidades. "Tenho até meados de abril para decidir para qual delas eu vou e buscar conseguir uma bolsa".
Contato
A estudante conta que as instituições entram em contato com ela, fazem entrevista via skype e trocam e-mails. "O coordenador da Minerva, uma das universidades que passei, entrou em contato comigo para falar sobre a bolsa que eu posso ganhar lá", diz, já na expectativa sobre a nova experiência nos Estados Unidos.
Ela pretende atuar nas áreas de engenharia biomédica e ciências da computação. "A maior expectativa é dar continuidade à pesquisa que venho fazendo e ter acesso aos diversos recursos das universidades. Também quero conhecer e me conectar com pessoas do mundo inteiro, o que me dará novas conexões para futuros projetos", almeja.
Concurso
O sonho de Geórgia começou a virar realidade após participar de um concurso da Universidade de Harvard, aberto a estudantes do mundo todo. Ela criou um kit para diagnosticar a endometriose de forma mais rápida e barata.
O concurso contou com 40 trabalhos, sendo 16 do Brasil (um da Bahia). O de Geórgia foi aprovado pela famosa universidade. "Fui apresentar o projeto e aproveitei para fazer o teste, o Application, nas universidades de lá. No final de março, recebi as cartas de aprovação", ela lembra.
Antes do concurso, a jovem já se destacava nos estudos, tendo passado em três vestibulares. O primeiro quando ainda era do 2º ano do ensino médio, passando em engenharia civil na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs).
"Passei pararia da computação, outro para engenharia civil e outro para engenharia elétrica. Mas o meu sonho era ingressar em alguma universidade fora do Brasil. Como a grade curricular é mais aberta, eu posso fazer engenharia mecatrônica e dar continuidade ao meu projeto da endometriose ao mesmo tempo", conta.
Foco
Geórgia sempre manteve foco no que queria. "Ela abdicou de festas, passeios, conversas com amigos e se dedicou aos estudos", lembra o pai da estudante, o comerciante Jorge Sampaio.
"O tempo dela é com livros e na internet, estudando e pesquisando. Foi assim que ela criou o kit de saúde, ainda na puberdade, pois a tia teve a doença e ela se interessou em criar soluções", revela Sampaio. engenha
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