O governo da Indonésia negou nesta quarta-feira o segundo pedido de
clemência feito pelo Brasil em nome do paranaense Rodrigo Gularte, 42
anos, condenado à morte em 2004 por entrar no país asiático com seis
quilos de cocaína em pranchas de surfe. No sábado, o carioca Marco
Archer, 53, foi executado num presídio local pelo mesmo crime.
Também ontem, o embaixador do Brasil na
Indonésia, Paulo Alberto da Silveira Soares, reuniu-se pela primeira vez
em Brasília com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
Soares foi chamado de volta ao Brasil após a execução de Archer — forma
de o governo brasileiro demonstrar insatisfação com o indonésio.
No encontro, Vieira foi informado da situação de Gularte e
da assistência prestada pela Embaixada em Jacarta, capital indonésia.
Segundo nota, “o Itamaraty continuará a realizar as gestões junto ao
governo da Indonésia (...), de modo a esgotar todas as possibilidades de
comutação da pena (...) permitidas pelo ordenamento jurídico da
Indonésia.”
Como O DIA
mostrou nesta quarta-feira, o surfista e empresário de Niterói Rogério
Paez — que ficou preso na Indonésia junto com Archer e Gularte — revelou
que há livre comércio de drogas nas prisões em que condenados por
tráfico ou consumo de entorpecentes cumprem pena naquele país.
Segundo ele, dentro do complexo prisional em
que esteve, os condenados acreditavam até pouco tempo atrás que não
seriam executados. Libertado em 2011, Paez conta que o medo aumentou a
partir da execução de dois nigerianos em 2008. “Eles não executavam
ninguém há cinco anos. Então ninguém acreditava que ia ser executado,
achava que ia ficar lá dentro, depois cair para a prisão perpétua e de
lá cair para 20 anos e ir embora”, conta Paez, que cumpriu oito anos de
cárcere fechado por ter sido preso com três gramas de haxixe.
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