A Petrobras anunciou na noite desta quinta-feira, 6, reajuste de preços
dos combustíveis, com aumento de 3% para a gasolina e de 5% para o óleo
diesel nas refinarias a partir desta sexta, 7. A expectativa é que o
impacto para o consumidor seja entre 2% e 4% nos preços praticados pelos
postos de gasolina de todo o País.
No mercado financeiro, o aumento foi visto como um novo gesto político,
calculado sob medida para evitar um impacto maior na inflação ao mesmo
tempo em que acena aos investidores para atitudes benéficas à saúde
financeira da estatal, que deve encerrar o ano com forte constrangimento
financeiro.
As projeções de economistas indicam um impacto entre 0,11 e 0,17 ponto
percentual sobre a inflação, descartando as expectativas de manter a
taxa dentro da meta estabelecida pelo Banco Central, de 6,5%. A
expectativa é que a taxa termine o ano em 6,6%, segundo a média das
projeções feitas pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da
Agência Estado.
"O impacto do aumento da gasolina no IPCA não deve ser muito alto.
Aumento de 3% é na refinaria, mas na bomba será menos, então diminui
pressão", afirmou o economista sênior do Espírito Santo Investment Bank,
Flávio Serrano.
Nas bombas, o presidente do Sincopetro do Estado de São Paulo
(sindicato dos postos), José Alberto Gouveia, afirma que o reajuste deve
ficar um pouco abaixo dos 3% aplicado nas refinarias.
O reajuste foi anunciado após uma semana de pressão sobre a Petrobras,
acuada entre denúncias de corrupção, divergências internas em seu
conselho de administração e atrasos na apresentação de resultados
trimestrais. Tudo isso em um cenário de queda livre no preço do petróleo
no mercado internacional, movimento que influencia as margens de lucro e
os planos de investimento da companhia.
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