O número de casos de febre chikungunya no Brasil subiu de 2 para 16 em
uma semana. Só na Bahia, 14 pacientes tiveram a confirmação da infecção.
Eles moram na cidade de Feira de Santana (a 109 quilômetros de
Salvador). Equipes do Ministério da Saúde foram enviadas para o local
para tentar identificar como a doença atingiu a cidade. A pasta não
informou, até o momento, o bairro em que residem os pacientes e se há
relação de parentesco ou convivência entre eles.
A doença é transmitida pela picada dos mosquitos Aedes Aegypti e Aedes
Albopictus infectados pelo vírus. Os mosquitos também são transmissores
da dengue. Além de um mecanismo de transmissão semelhante, a febre
chikungunya e a dengue apresentam sintomas parecidos: febre alta, dor
muscular e nas articulações, manchas na pele e dor de cabeça.
A doença que acaba de desembarcar no Brasil, no entanto, não tem a
forma hemorrágica - algo que reduz o risco de morte do paciente. Por
outro lado, a infecção pode trazer problemas crônicos nas articulações,
que somente podem ser contornados com fisioterapia.
O maior risco de propagação do chikungunya é de janeiro a maio. Semana
passada, o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, não quis
fazer previsões sobre a dimensão de uma eventual epidemia. Ele lembrou
que a transmissão é rápida - a exemplo do que ocorre com a dengue. Além
disso, toda a população brasileira é suscetível. De acordo com ele, o
ministério está se preparando para o pior cenário.
Os primeiros casos de chikungunya no Brasil foram confirmados semana
passada em Oiapoque, no Amapá - pai e filha, sem históricos de viagem
para cidades no exterior. Autoridades sanitárias intensificaram ações de
prevenção e vigilância da doença na região afetada. Uma busca ativa de
casos suspeitos foi deflagrada tanto em Oiapoque quanto em Feira de
Santana. A ideia é tentar identificar, com maior rapidez possível,
criadouros do mosquito transmissor, identificar e tratar pacientes com a
doença.
A febre chikungunya começou a se espalhar pelo mundo a partir de 2013.
Os primeiros casos importados foram registrados no Brasil em 2010. Há
dois anos, o País se prepara para a chegada da doença em território
nacional. Planos de contingência foram preparados. Seis laboratórios
estão capacitados para fazer a identificação da doença - o teste, no
entanto, tem função de vigilância. A recomendação para profissionais de
saúde é a de que o tratamento seja semelhante ao da dengue. Como é
difícil distinguir, o ideal é que todos tenham tratamento semelhante,
com cuidado máximo para se evitar um quadro hemorrágico - causado apenas
pela dengue.
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