Jovem apagou o perfil após ler os comentários |
“Onde comprou essa escrava?”. Foi com esse comentário que uma jovem de
Muriaé, na Zona da Mata de Minas Gerais, se deparou ao entrar em seu
perfil no Facebook. A menina, negra, tinha publicado uma foto com o
namorado, que é branco.
Na sequência, vieram mais frases preconceituosas. O autor do primeiro
comentário escreveu outras vezes: “Me vende ela”. Um rapaz perguntou:
“Seu dono?” enquanto um terceiro internauta disse “parece até que estão
na senzala”. O caso agora é investigado pela Polícia Civil.
O delegado Eduardo Freitas da Silva, da 31ª Aisp (Área Integrada de
Segurança Pública) da cidade, já deu início ao inquérito. O crime será
tratado como injúria racial, com pena que pode chegar a três anos, além
de multa.
Ao policial, a jovem disse que não sabe quem são os autores dos
comentários. Abalada com a repercussão, ela decidiu apagar o perfil na
rede social. A polícia agora tenta identificar os suspeitos. Silva não
descarta pedir ajuda à Delegacia Especializada em Investigação de Crimes
Cibernéticos de Belo Horizonte.
O advogado Alexandre Atheniense, especialista em direito digital,
alerta que, mesmo com a exclusão da imagem e dos comentários, o conteúdo
das redes sociais fica disponível para as autoridades.
— É bom registrar que depois do dia 24 de junho, quando entrou em vigor
o Marco Civil da Internet, a efetividade dessa punição é ainda maior.
Agora, os provedores serão obrigados a preservar essas provas pelo prazo
mínimo de seis meses e máximo de até um ano.
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