segunda-feira, 12 de setembro de 2016

O DINHEIRO É A SALVAÇÃO OU A PERDIÇÃO DOS GOVERNOS CORRUPTOS?

O dinheiro é um meio ou se transformou em fim único e último da existência do humano? Vive-se para ganhar dinheiro ou ganha- se dinheiro para se viver? Qual seria a relação entre o dinheiro, os políticos e o poder? É possível ser político sem dinheiro? É possível ter muito dinheiro sem participar do poder? O dinheiro salva as campanhas (caríssimas) de muitos políticos; seria também a perdição deles, quando toda corrupção é exposta ao detergente do sol? Vamos anaisar.
Dinheiro e vida formam um par inseparável. No princípio o humano só produzia o que consumia (daí a origem da palavra economia: oiko-nomia = governo da casa). Quando ele começou a produzir em excedência nasceram o mercado, o dinheiro, a economia coletiva, a estocagem, o comércio, o transporte etc.

O dinheiro é o motor da vida, da existência individual. E também da prosperidade coletiva. Também faz parte da política. Já dizia o livro de Eclesiastes “Todas as coisas obedecem ao dinheiro; o dinheiro é poderoso”. O teólogo holandês Erasmo de Rotterdam (1466-1536) recorda que ”O dinheiro é a vida dos mortais miseráveis). Ainda: “ O dinheiro é a segunda vida do humano”.

A questão é como ganhá-lo e o que fazer com ele?

Alguns se contêm e ganham dinheiro honestamente. Outros, porque venais no sentido negativo, se podem “tomam, roubam, furtam, afanam, malufam”. Aqui entram, particularmente, os políticos e alguns funcionários do Estado. Os que não podem afanar, se vendem, se corrompem. São venais, nesse sentido negativo, tanto os que corrompem quanto os que são corrompidos. Corromper é também afanar, roubar, tomar. 
5. O mundo moderno é a confirmação de toda sabedoria histórica (acima sintetizada) retratada nos pensamentos dos fundadores na nossa cultura. A relação entre o dinheiro e o poder muda conforme cada momento. Hoje sustenta-se abertamente que o dinheiro se tornou um fim em si mesmo.  Hoje claramente o dinheiro se tornou um fim em si mesmo. Ele existe prioritariamente para gerar mais dinheiro (prioritariamente não mais para a produção, não mais para o comércio, não mais para a compra de títulos nobiliários etc.). Do vínculo entre o poder e o dinheiro algo de surreal está ocorrendo nas democracias venais: nelas o dinheiro é o meio para se exercer o poder e o poder é o meio de se fazer dinheiro. Somados, dinheiro e poder produzem e reproduzem mais poder. A manutenção do poder depende de dinheiro e o dinheiro financia essa reprodução do poder para conquistar mais poder. O escândalo da Petrobras retrata com fidelidade tudo quanto acaba de ser dito.

Sendo assim, não há dúvida que o dinheiro é a salvação da manutenção do poder, porém, quando toda corrupção para conquistá-lo vem a público, o dinheiro se torna uma perdição para os governos corruptos (seja de direita, de esquerda ou de centro; seja central ou periférico; seja comunista ou capitalista). O dinheiro, que é a salvação num momento, pode se transformar em perdição. A cultura, a indignação, a Justiça, a revolta popular, as classes dominantes: elas é que definem o destino dos governos corruptos, que se deslegitimam quando descobertos com a boca e as mãos (normalmente com dez dedos) na botija.

Fonte: Jusbrasil

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