O corpo do brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, executado na madrugada deste domingo (18)
na Indonésia – foi cremado quatro horas apos a morte do instrutor de
voo, informou a Embaixada do Brasil em Jacarta, capital do país. O
Brasileiro havia sido condenado à morte por tráfico de drogas. Após o
fuzilamento e a constatação da morte, o corpo passou por uma limpeza
feita pelos médicos e pela equipe de embalsamamento. Ele foi reconhecido
três horas mais tarde pela vice-cônsul da embaixada e, por fim,
conduzido até o crematório.
A tia de Archer, Maria de Lourdes Archer Pinto, acompanhou o junto
da vice-cônsul. Antes da cremação, ela se despediu do sobrinho já
fuzilado.
Sua Tia teve que retornar a Jacarta nesta segunda-feira (19) com as
cinzas e o certificado de óbito indonésio se seu querido sobrinho. A
partir desse certificado, o setor consular da embaixada expedirá um
atestado de óbito brasileiro. Ainda não há data marcada para o retorno
da tia com a documentação e as cinzas da vitima.
Além do brasileiro, foram executados na ilha de Nusakambangan Ang
Kiem Soe, um cidadão holandês; Namaona Denis, um residente do Malawi;
Daniel Enemuo, nigeriano; e uma cidadã indonésia, Rani Andriani. Outra
vietnamita, Tran Thi Bich Hanh, foi executada em Boyolali, na Ilha de
Java.
Ainda de acordo com o plantão da embaixada, as execuções ocorrem
simultaneamente, pois há um pelotão de fuzilamento para cada um dos
condenados. O advogado de Archer, Utomo Karim, disse ao G1
por telefone que apenas um dos 12 fuzis utilizados pelos atiradores tem
bala de verdade. As demais são falsas, mas nenhum deles sabe quem, de
fato, dá o tiro fatal.
Cocaína
Marco Archer havia sido preso em 2004, ao tentar entrar na Indonésia com 13 quilos de cocaína escondidos nos tubos de uma asa-delta. A droga foi descoberta pelo raio-x, no Aeroporto Internacional de Jacarta. Archer conseguiu fugir do aeroporto, mas duas semanas depois acabou preso novamente. A Indonésia pune o tráfico de drogas com pena de morte.
A presidente Dilma Rousseff divulgou nota, neste sábado, em que disse estar“consternada e indignada” com a execução de Archer na Indonésia. O embaixador do Brasil em Jacarta, segundo a nota, seria chamado para consultas.
Na linguagem diplomática, chamar um embaixador para consultas
representa uma espécie de agravo ao país no qual está o embaixador. Na
sexta-feira, a presidente Dilma tinha feito um apelo por telefone ao
governante da Indonésia, Joko Widodo, para poupar a vida de Archer, mas não foi atendida.
Widodo respondeu que não poderia reverter a sentença de morte imposta
a Archer, “pois todos os trâmites jurídicos foram seguidos conforme a
lei indonésia e aos brasileiros foi garantido o devido processo legal”,
segundo nota da Presidência.
O secretário-geral do Itamaraty, Sérgio Danese, reuniu-se, em
Brasília, com o embaixador da Indonésia no Brasil, Toto Riyanto, para
manifestar a “profunda inconformidade”
com o fuzilamento. O Itamaraty voltou a dizer que o cumprimento da
sentença de morte representa uma “sombra” nas relações entre os países.
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