Mesmo com o avanço das campanhas contra o tabagismo ao longo das últimas décadas, adolescentes que usam cigarros eletrônicos hoje têm a mesma probabilidade de começar a fumar cigarros convencionais que jovens da década de 1970. É o que revela um estudo inédito co-dirigido pela Universidade de Michigan, nos Estados Unidos.
Publicada na revista Tobacco Control, a pesquisa analisou dados de três coortes de nascimento no Reino Unido e concluiu que, embora o tabagismo entre adolescentes tenha caído drasticamente nos últimos 50 anos, o surgimento dos cigarros eletrônicos — os populares vapes — pode estar revertendo essa tendência entre os jovens usuários.
Os pesquisadores descobriram que adolescentes que nunca haviam usado cigarros eletrônicos tinham uma chance menor que 1 em 50 de se tornarem fumantes semanais. Já entre aqueles que faziam uso frequente de vapes, a chance de passar a fumar cigarros convencionais subia para quase 1 em 3 — um risco 30 vezes maior.
Nas últimas décadas, o cigarro perdeu seu status de símbolo glamoroso e passou a ser tratado como um dos principais vilões da saúde pública. O tabagismo foi progressivamente estigmatizado, com proibições em espaços públicos, alertas sanitários e restrições à propaganda.
Porém, segundo os pesquisadores, os cigarros eletrônicos vêm ameaçando esse avanço. Vendidos com sabores frutados e embalagens coloridas, eles são muitas vezes vistos por adolescentes como uma alternativa “mais segura” — percepção que os especialistas dizem ser enganosa.
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