quarta-feira, 5 de maio de 2021

Profissionais de saúde na linha de frente da Covid-19 relatam aumento de estresse e até depressão

 

Cuidar de pacientes internados com o diagnóstico da Covid-19 pode ter um efeito emocional importante nos profissionais de saúde que estão na linha de frente. “É comum se sentir sobrecarregado e sob pressão, mas é importante lembrar que o estresse deste momento não significa fraqueza ou incompetência profissional”, afirma a diretora da Fundação Fabamed, Cláudia Carvalho, ao analisar a rotina de colaboradores em unidades administradas pela entidade nos municípios de Salvador, Lauro de Freitas, Barra, Seabra, Simões Filho, Itabuna e Senhor do Bonfim.

De acordo com Carvalho, a equipe de psicólogos das unidades monitora o nível de estresse dos profissionais e os auxiliam a lidar melhor com este momento. “O medo de transmitir a doença a familiares em consequência do trabalho executado, a necessidade de orientar amigos e familiares, bem como desmentir boatos e notícias falsas frequentemente, além de dificuldade ou falta de energia para manter o autocuidado e até depressão são relatos comuns”, destaca a diretora da Fundação Fabamed.

Ainda há depoimentos sobre o luto pela perda de colegas de trabalho e pessoas conhecidas, a estigmatização por trabalhar com pacientes com Covid-19 e até hostilidade dos familiares ou pessoas da comunidade. Recentemente, o aumento do nível de estresse foi relatado como principal impacto da pandemia por 22,9% dos médicos que responderam ao inquérito nacional conduzido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Lidar com uma doença tão desconhecida também gerou em parte dos profissionais entrevistados percepções que incluem sensação de medo ou pânico, conforme indicaram, 14,6% deles.

Psicólogos e psiquiatras recomendam reservar um tempo para a reflexão e descanso, além de permanecer conectado com pessoas queridas. “Ligações, mensagens e vídeos auxiliam a manter contato e reduzir o isolamento físico. É preciso ficar atento à qualidade da alimentação e lembrar-se de que o autocuidado não é egoísmo”, pontua Cláudia Carvalho.

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