domingo, 2 de julho de 2017

ENTRE PROVAS E CONVICÇÕES, QUE SOFRA O POVO

Por Kylliana Alves*
A Lava Jato é sem dúvida um dos maiores escândalos que o Brasil já enfrentou. Em meio a isso tudo, o que marca a operação é a seletividade no que tange ao tratamento de possíveis suspeitos, onde a convicção rola solta para alguns e as malas que passeiam entre outros não significam nada.
A justiça brasileira tem deixado a todos nós cada vez mais cheios de convicção de que roubar vale muito a pena, mas só se o roubo for dos cofres públicos, cuidado com as galinhas do vizinho, pois nesse caso especifico, a cadeia é o local mais adequado.
Não dá para aceitar que as prisões domiciliares sejam de fato consideradas uma prisão, está preso em uma luxuosa mansão, onde um quanto é maior que a casa inteira de um individuo de classe média, não é bem estar preso.
Alimentação balanceada, piscina, quadras de tênis, academia, dentre outras mordomias, fazem parte do pacote das prisões domiciliares dos milionários brasileiros. Em meio a isso tudo está o povo, que se contenta mesmo com qualquer coisa, que não participa das manifestações porque não gostam da cor vermelha, mas se ornam um artefato vermelho bem na pontinha do nariz.
O povo que não se une não consegue sair do buraco, não consegue ver de fato o que há por trás de todo esse espetáculo midiático que vemos todos os dias. Não se trata de ser cochinha ou mortadela, se trata de ser gente, de ser humano e viver como tal. De buscar igualdade de direito e de julgamento.
E todo aquele que seja culpado, seja rico, ou seja, pobre que pague por seus erros. O que não podemos é trocar provas por convicções. A sociedade do espetáculo precisa sair da caixa. Só o povo pode dá um basta nisso, mas parece que estamos todos conformados, inertes, esperando a morte chegar. 
* Jornalista e produtora

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