A organização internacional de direitos humanos Human Rights Watch classificou a polícia do Rio de Janeiro como uma das mais violentas do mundo.O levantamento divulgado nesta quinta-feira (7) mostra que a polícia do Rio mata o dobro do que a polícia da África do Sul e três vezes mais do que a americana. Segundo o estudo, em 2015, os policiais do Rio mataram 645 pessoas, um quinto do total de mortes no estado.
“Logicamente não dá para falar que todas essas mortes são resultados de execuções. Mas a impunidade ainda é a regra e essas execuções são muito comuns”, diz Maria Laura Canineu, diretora da Human Rights Watch no Brasil.Mas não há somente denúncias no relatório. Há também propostas de como diminuir a violência policial. Há a sugestão de instalar câmeras nos coletes de proteção. Mas o ponto principal é mesmo melhorar a investigação sobre os casos de mortes que envolvem policiais, para separar o que é realmente resultado de um confronto ou de uma execução.
Segundo o estudo, de 64 casos de suspeitos de execução em 2015, apenas oito foram levados a julgamento. “As investigações da Polícia Civil são muito deficientes, mas a responsabilidade final pela impunidade é do Ministério Público”, diz o pesquisador da César Muñoz.
Para mudar esta situação, o Ministério Público Estadual criou em 2016 um grupo especial de promotores. “Esse grupo busca diminuir o número de ocorrências de mortes decorrentes de confronto policial, fazendo atuação preventiva e repressiva. O nosso papel é separar o erro do desejo de matar”, afirma a promotora Gláucia Santana. Em nota, a Secretaria de Segurança diz que já vem tomando providências para a diminuição dos homicídios envolvendo a polícia. Inclusive premiando os policiais que consigam reduzir as mortes em suas áreas de atuação.
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