Alguns pais já aproveitam os primeiros dias úteis de 2015 para ir em
busca do material escolar dos filhos, mas o que muitos não sabem é que
alguns itens proibidos continuam sendo pedidos pelas escolas. O Procon
Bahia divulgou ontem uma lista com 61 itens que as instituições de
ensino não podem incluir na relação. Na contramão das orientações, o
Centro Educacional Alzemira Borges, que fica no Lobato, subúrbio de
Salvador, pede até papel higiênico e justifica que é um material para
uso dos alunos.
De acordo com o superintendente do Procon Bahia, Ricardo Maurício
Freire, as instituições só podem exigir itens de uso individual que
serão utilizados durante o período letivo, em conformidade com o projeto
didático-pedagógico apresentado pela instituição. “É vedado o pagamento
adicional ou exigência de material de uso coletivo – aqueles de uso
administrativo da escola. Estes são itens que já estão contemplados no
valor da matrícula e das mensalidades”, destacou.
Lista na mão
Lista na mão
O técnico em telecomunicações Elício Silva e a esposa, Ana Sandra Santos, saíram de casa dispostos a gastar em torno e R$ 1.500 com a lista de materiais. Mas, quando chegaram nas lojas, perceberam que gastariam um pouco mais. Depois de uma lida com mais atenção na relação, o questionamento foi inevitável: “Pra quê mesmo que meu filho vai usar quatro pilotos de quadro branco?”.
A dúvida fez o técnico pensar se levaria mesmo oito pilotos - já que tem dois filhos - Yago, de 6 anos, e Nicolle, de 5 anos. “Eu realmente acho um absurdo. É muita coisa desproporcional se a gente pensar que os 20 coleguinhas do meu filho também vão levar quatro pilotos”, disse.
O CORREIO somou os itens exigidos pelo Centro Educacional Alzemira Borges que estavam na lista proibida do Procon-BA. Dentre eles, cola, tinta, durex, envelope, piloto para quadro branco, feltro, fita rigor e até quatro rolos de papel higiênico. Na parte de papelaria, os gastos com esses materiais chegaram a R$ 64. “Espero que isso possa servir de exemplo para que outros pais também reclamem”.
De acordo com a sócia do Centro Educacional Alzemira Borges, Gilvanda de Jesus, a única orientação que a escola recebeu do Sinepe (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado da Bahia) foi que todo o material pedido na lista tem que ser de uso do aluno. Questionada sobre a cobrança de papel higiênico na lista de material, a responsável pelo colégio disse que este também é um item para uso pessoal dos estudantes. “Se a escola for comprar tudo que o aluno for usar não tem condição”, justificou destacando ainda que o valor da mensalidade é baixo. “A gente pede isso para o pai ajudar, mas se ele não leva a gente não cobra”.
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