terça-feira, 6 de janeiro de 2015

"SE FOR COMPRAR TUDO, NÃO TEM CONDIÇÃO", DIZ DONA DE CASA SOBRE COBRANÇA DE PAPEL HIGIÊNICO PELA ESCOLA

Alguns pais já aproveitam os primeiros dias úteis de 2015 para ir em busca do material escolar dos filhos, mas o que muitos não sabem é que alguns itens proibidos continuam sendo pedidos pelas escolas. O Procon Bahia divulgou ontem uma lista com 61 itens que as instituições de ensino não podem incluir na relação. Na contramão das orientações, o Centro Educacional Alzemira Borges, que fica no Lobato, subúrbio de Salvador, pede até papel higiênico e justifica que é um material para uso dos alunos. 


De acordo com o superintendente do Procon Bahia, Ricardo Maurício Freire, as instituições só podem exigir itens de uso individual que serão utilizados durante o período letivo, em conformidade com o projeto didático-pedagógico apresentado pela instituição. “É vedado o pagamento adicional ou exigência de material de uso coletivo – aqueles de uso administrativo da escola. Estes são itens que já estão contemplados no valor da matrícula e das mensalidades”, destacou.

Lista na mão

O técnico em telecomunicações Elício Silva e a esposa, Ana Sandra Santos, saíram de casa dispostos a gastar em torno e R$ 1.500 com a lista de materiais. Mas, quando chegaram nas lojas, perceberam que gastariam um pouco mais. Depois de uma lida com mais atenção na relação, o questionamento foi inevitável: “Pra quê mesmo que meu filho vai usar quatro pilotos de quadro branco?”.

A dúvida fez o técnico pensar se levaria mesmo oito pilotos - já que tem dois filhos - Yago, de 6 anos, e Nicolle, de 5 anos. “Eu realmente acho um absurdo. É muita coisa desproporcional se a gente pensar que os 20 coleguinhas do meu filho também vão levar quatro pilotos”, disse.

O CORREIO somou os itens exigidos pelo Centro Educacional Alzemira Borges que estavam na lista proibida do Procon-BA. Dentre eles, cola, tinta, durex, envelope, piloto para quadro branco, feltro, fita rigor e até quatro rolos de papel higiênico. Na parte de papelaria, os gastos com esses materiais chegaram a R$ 64. “Espero que isso possa servir de exemplo para que outros pais também reclamem”.  

De acordo com a sócia do Centro Educacional Alzemira Borges, Gilvanda de Jesus, a única orientação que a escola recebeu do Sinepe (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado da Bahia) foi que todo o material pedido na lista tem que ser de uso do aluno. Questionada sobre a cobrança de papel higiênico na lista de material, a responsável pelo colégio disse que este também é um item para uso pessoal dos estudantes. “Se a escola for comprar tudo que o aluno for usar não tem condição”, justificou destacando ainda que o valor da mensalidade é baixo. “A gente pede isso para o pai ajudar, mas se ele não leva a gente não cobra”. 

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